A crescente demanda e a queda na produção em todo o País pressionam os preços.
Sergio Oliveira, dono de mini-mercado em Itaipuaçu, pagou, na semana passada, R$ 47 pela saca de 18 quilos de cebola. Nesta segunda-feira (15), o preço foi para R$ 60. “Foi uma alta brusca. Ainda estou segurando para o consumidor, mas a tendência é que eu repasse”, diz.
A previsão do comerciante, é que o quilo da cebola, que hoje custa R$ 3,98, chegue a R$ 4,50 na semana que vem.
De acordo com Waldemar Pires de Camargo pesquisador do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA), a explicação para a alta está na baixa produtividade no campo. No Sul do País, responsável por 50% da produção nacional, o desempenho de produção foi baixo por conta do clima. “O mesmo aconteceu na Argentina, que envia ao Brasil o equivalente a 10% do consumo”, diz. Já na safra do Nordeste, que responde por 20% da produção, a seca impediu a irrigação das lavouras. Ou seja, em geral, o cenário é mesmo para a alta do produto.
O economista Fred Guimarães, da Associação Comercial e Industrial (Acirp), confirma que a oferta de cebola está baixa. “E existe a pressão de alta, pois há uma forte demanda por a cebola ser um produto de consumo básico.
Em março, a alta média dos preços medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 0,47%, mas o preço da cebola explodiu e chegou a 21,43%. Outros produtos que frequentam a mesa do brasileiro também tiveram altas expressivas nos preços no mês. A cenoura subiu 14,96%, o repolho, 15,74% e o feijão carioca, 9,08%. Entre as frutas, a maior inflação foi a da manga, que subiu 30,2%.
No cálculo da inflação acumulada em 12 meses, porém, o tomate ainda ganha da cebola: a alta é de 122,13%, contra 76,46%. Mas o campeão da inflação no período é a farinha mandioca, que subiu 151,39%, segundo o IBGE.