06/08/2021 às 11h21min - Atualizada em 06/08/2021 às 14h08min

Rodoviários de Maricá e Itaboraí ameaçam entrar em greve

(Foto: Arquivo LSM)

LSM - Os trabalhadores rodoviários estão ameaçando entrar em greve em busca de um reajuste salarial em Maricá, Itaboraí, São Gonçalo, Niterói e Tanguá.

Os funcionários reivindicam o reajuste imediato de 8% no salário, além do aumento de 10% no valor da cesta básica e na ajuda de custo para compra dos uniformes profissionais.

O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) enviou a proposta dos trabalhadores para o Ministério Público do Trabalho. O órgão é responsável por intermediar as negociações com as empresas.

A proposta da categoria dá a oportunidade de que as empresas paguem o reajuste salarial parcelado em até 4 vezes, visando o menor impacto nos cofres.

As negociações salariais entre rodoviários e empresários foram suspensas em 2020 devido à pandemia da Covid-19. Com isso, a última convenção coletiva aconteceu em 2019. Logo, os funcionários exigem percentuais baseados no cálculo de reposição das perdas econômicas dos trabalhadores dos últimos dois anos.

O Presidente da Sintronac, Rubens Oliveira, afirmou que a condição que os rodoviários oferecem viabiliza o aumento salarial.

“Houve um drástico corte nos custos das empresas, que, inclusive, demitiram rodoviários mesmo participando do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que foi criado exatamente para impedir que os trabalhadores fossem postos na rua, pois o Governo Federal complementa um percentual considerável dos salários. Ou seja, não há justificativa para o trabalhador pagar uma conta que não é dele. Fizemos nosso papel, agora é a vez das empresas”, avalia Rubens Oliveira.

Sobre o aumento das cestas básicas, Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelaram que o custo da cesta básica no Rio de Janeiro era de R$455,37, comprometendo 45,62% do salário-mínimo em vigor na época em 1º de novembro de 2019, quando ocorreu a última data-base dos rodoviários. Hoje em dia, a cesta básica chegou a R$619,24, correspondendo a 56,29% do poder aquisitivo dos trabalhadores desta categoria.

“Os valores da cesta básica flutuam a cada mês e, em dezembro do ano passado, ela estava em R$621,09, o que representava 68,25% do salário-mínimo. Ou seja, em dois anos, os rodoviários tiveram perdas enormes. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor-Amplo), que mede a inflação, por exemplo, acumulado de novembro de 2019 a junho deste ano, atingiu 9,95%. É um quadro devastador para os trabalhadores”, explicou.

No ano passado os trabalhadores da categoria se reuniram com as empresas em assembleia realizada na sede do Sintronac, em Niterói. Na assembleia, os trabalhadores entenderam que as empresas sofreram um grande prejuízo com as medidas de isolamento social e restrição das atividades econômicas e de lazer adotadas pelos governos por conta da pandemia.

As empresas prometeram que o diálogo seria retomado neste ano de 2020, na medida em que as coisas fossem voltando a funcionar. Finalizando, Rubens Oliveira afirmou que a situação está complicada e que, caso as negociações não evoluam, uma greve poderá ser feita.


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