13/02/2022 às 10h58min - Atualizada em 13/02/2022 às 10h58min

​Superação: Nove meses após perder movimento das pernas, Frank Correa volta a deitar na prancha durante projeto de surf na Praia de Maricá

Redação
Uma história de superação, assim podemos definir a vida do surfista maricaense Frank Corrêa. Após quase nove meses ter tido a sua mobilidade reduzida e ser tornado cadeirante, o jovem guerreiro volta a praia para fazer o que mais gosta: dar aula de surf para adolescente, uma forma de usar o esporte para ocupar as mentes ociosas dos alunos.  

O fato aconteceu na manhã deste sábado, 12, na Praia de Ponta Negra, na Região Litorânea de Maricá. Como de costume, na sua antiga rotina, Frank foi até a praia – local de diversão e trabalho – para mais um dia de aula no Instituto ESB, porém desta vez, foi algo mais que especial: hoje foi o seu primeiro contato com a prancha desde o ocorrido. 

Para este momento, ele chegou cedo à praia e sentado a sua cadeira orientava os novos alunos cada precioso ensinamento quando ao mundo do surf.  Em um momento mais épico, deitou-se na prancha – posição que lhe rendeu muitas conquistas e medalhas – e na areia, ensinou aos seus pequenos um dos fundamentos de condição e estabilização. 

Para muitos, esse sábado foi um dia normal de um fim de semana comum. Mas para esse guerreiro, foi mais um dia de superação. 

“Faça das dificuldades o trampolim para seu sucesso, e acredite, quanto mais dificuldade, mais aprendizado, nunca desista de nada... Vai doer? Vai e muito mesmo, cicatrizes vão existir por resto da vida, mas lembre-se, você tem uma vida, então viva!” Escreveu Frank em seu perfil numa rede social. 

O OCORRIDO

No dia 23 de maio de 2021, Frank Corrêa, foi atingido por dois tiros após ter sofrido uma tentativa de homicídio durante um assalto na Estrada da Restinga, no bairro de São José do Imbassaí. Os tiros atingiram o pulmão e a coluna vertebral do surfista. Ele foi socorrido e levado para o Hospital de Maricá, onde passou por cirurgias. Infelizmente, a lesão da coluna resultou na perda dos movimentos das pernas, o tornando cadeirante. 

O INSTITUTO ESB 

O Instituto ESB é associação sem fins lucrativos, que nasceu no ano de 2013. Ele foi criado pelo surfista profissional Frank Correia, com o objetivo de ensinar o esporte, incentivar a prática esportiva como ferramenta de formação, qualificação e inclusão das crianças e adolescente, fazendo que o ocupem suas mentes com atividades saudável e evitando que se envolvam com a criminalidade e com as drogas.  

O Instituto ESB tem como base a promoção do surf, bodysurf, bodyboard, corrida, kitesurf e skate. As atividades acontecem na orla de Maricá, principalmente na praia de Ponta Negra, local com maior facilidade para o ensino das modalidades.

O instituto também promove assistência social através de distribuição de cestas básicas, arrecadação e doações de agasalhos durante o inverno – além do suporte no que for necessário em caso de tragédias como grandes enchentes, que são naturais na localidade. Nesse último caso, o projeto se mobiliza para conseguir ajudar as famílias atingidas. As famílias, por sua vez, podem ser as já cadastradas no programa ou não, mas todas sendo moradoras do município em situação de vulnerabilidade. 

No momento, o projeto soma 150 alunos inscritos. A maioria deles são adolescentes e cerca de 25 são crianças. Além desses, 10 integrantes acima de 50 anos também fazem parte do grupo.  

A EQUIPE ESB

A equipe é formada por mais de 30 pessoas, sendo quase todos ex-alunos, que atualmente atuam como instrutores. Os instrutores são pessoas com as mais variadas formações: servidores públicos, mestres em Biologia, profissionais de Educação Física e outros. Todos são voluntários. 
 
COMO SE MANTÉM? 

Os alunos que têm condições financeiras colaboram com cinco reais mensais, e a cada aula levam um quilo de alimento não perecível. 

A contribuição em dinheiro é investida em gastos com combustível, compra de equipamentos e pequenas manutenções destes. Com os alimentos, são montadas cestas básicas que são entregues mensalmente a um grupo de famílias cadastradas ou não, moradoras do município em situação de vulnerabilidade. 

Quem tiver interesse sobre a participação e colaboração do projeto pode entrar em contato pelo telefone: (21) 997498429 ou por email: [email protected]
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