O adolescente Daniel Mencari, de 16 anos, que foi uma das vítimas de um acidente de quadriciclo que aconteceu no bairro de Itaipuaçu, em Maricá, no mês de junho, está voltando a rotina e segue se recuperando quase cinco meses após a tragédia, que deixou um de seus amigos morto e o outro ferido.
Segundo relatos de sua mãe, Adriana Mencari, de 46 anos, o jovem não tem sequelas físicas e nem neurológicas mesmo após sofrer um traumatismo cranioencefálico, porém segue seu tratamento e irá realizar uma cirurgia nas próximas semanas para a colocação de uma prótese 3D para reconstrução da calota craniana.
A cirurgia é necessária para fechar a parte superior do crânio do menino, que teve que ser parcialmente aberto durante sua internação de mais de 51 dias no Centro de Terapia Intensivo (CTI), para que o cérebro pudesse expandir depois de um grande inchaço causado por seus ferimentos.
"O Daniel caiu de cabeça, quebrou o osso da cabeça do lado esquerdo. O cérebro é um local que não tem espaço para inchar, por isso, o médico teve que abrir a caixa craniana para o cérebro expandir. Algo em torno de 30%, 40% da calota craniana foi retirada", explicou sua mãe ao jornal Enfoco.
Atualmente, Daniel - que retornou para casa no dia 18 de agosto - voltou à escola e segue vivendo sua vida normal ao lado de seus colegas e amigos desde o dia 19 de setembro, estudando e fazendo as provas do colégio para passar de ano.
O outro sobrevivente do acidente, Bernardo Noer, também de 16 anos, teve alta alguns dias depois do acontecido, já que seu caso não foi tão grave quanto o de seu amigo e, como Daniel, já voltou a rotina há alguns meses e frequenta a escola normalmente.
Vale lembrar que, para pilotar um quadriciclo, é obrigatório que quem dirige o veículo tenha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) da categoria B, documento que só pode ser tirado acima de 18 anos, idade que os adolescentes não tinham.
Antes do acidente
A mãe do adolescente relatou que antes do acidente, o menino estava em sua casa, em um condomínio de luxo no bairro de Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, quando pediu aos pais para dar uma volta com os amigos na área de lazer do prédio, porém saiu e foi andar de quadriciclo sem autorização.
"Ele chega pra mim e pergunta se poderia descer. A gente não deixa ele andar de quadriciclo, nunca deixou, o meu marido, inclusive, é extremamente radical. A gente não tem quadriciclo. O meu esposo tem uma moto elétrica, mas deixar ele [Daniel] sair com ela, jamais", contou.
Para seus pais, Daniel teria ido lanchar com o amigo Lorenzo, que infelizmente acabou morrendo no acidente, mas na verdade o jovem tinha ido andar com veículo junto com a terceira vítima na cidade vizinha, quilômetros longe de suas respectivas residências.
Reencontro com a equipe do SAMU que o socorreu
Uma equipe de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) da base de Itaipuaçu, que realizou o socorro no dia do acidente, fez uma visita ao adolescente quando ele recebeu alta médica.
A equipe - composta pelo condutor Rogério Teixeira, pela enfermeira Talita Arruda e pela técnica de enfermagem Roberta Kely - que foram fundamentais para salvar a vida do menino, foram até a casa do adolescente para visitá-lo.
Durante o reencontro, em um momento de emoção e gratidão, Daniel agradeceu pelo atendimento e pelos cuidados recebidos pela equipe, que foi essencial para sua evolução clínica.
“O socorro do Samu aconteceu entre 8 e 10 minutos. Foi muito rápido. A ação de Deus já começou ali naquele momento”, disse Adriana durante a entrevista.
Relembre o caso
https://leisecamarica.com.br/noticia/44178/tragico-acidente-deixa-um-ferido-e-dois-em-estado-grave-na-orla-de-itaipuacu
https://leisecamarica.com.br/noticia/44186/adolescente-envolvido-em-acidente-de-quadriciclo-em-itaipuacu-e-transferido-para-hospital-de-sao-goncalo
