16/12/2022 às 10h08min - Atualizada em 16/12/2022 às 10h08min

Recenseador do IBGE é recebido a tiros durante pesquisa em Maricá

G1


Um recenseador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) foi recebido a tiros durante uma pesquisa no dia 22 de novembro, no bairro de Jacaroá, em Maricá. O caso veio à tona quase um mês após o crime. 


De acordo com informações, o funcionário foi até uma residência para fazer as perguntas do instituto para os moradores quando foi recebido por um homem, que atendeu pela janela e o mandou ir embora. 


O trabalhador não insistiu e parou para anotar que o morador havia se recusado a fazer a pesquisa, porém foi surpreendido por cerca de cinco tiros, que foram dados pelo homem para afastá-lo do imóvel. 


“Eu vi ele saindo da porta da casa dele com a arma na mão e eu já sai desesperado, gritando, correndo. E ele ‘sai da frente da minha casa se não eu vou atirar em você’. E aí eu virei as costas, porque a primeira coisa que eu pensei ‘eu vou correr, eu vou sair daqui’, e ele atirando, atirando, atirando”, disse o agente ao G1.


Em seguida, uma moradora da vizinhança ofereceu ajuda ao recenseador e o levou em seu carro até o CIEP do Centro de Maricá, onde funciona a sede do IBGE na cidade, para que o funcionário se acalmasse.


No local, o trabalhador - identificado como Fabiano Gomes dos Santos, de 31 anos - relatou o caso aos seus superiores e pediu para que o acompanhassem até a Delegacia de Maricá (82ª DP) para denunciar o caso, mas ninguém foi. 


No dia seguinte, o agente foi sozinho até a unidade policial para relatar o ocorrido, mas o inspetor disse que nada poderia fazer, já que o recenseador não viu de onde os tiros vieram, uma vez que ele correu do local.


“Ele disse que mesmo eu vendo que a pessoa saiu armada de dentro da casa dele, não seria o suficiente para provar que foi ele que atirou, pois, palavras dele, ‘o Rio de Janeiro é muito violento e pode ter sido coincidência e os tiros terem vindo de outro lugar'”, lamentou Fabiano. 


Em nota, o IBGE afirmou que repudia qualquer tipo de violência contra seus funcionários e que prestou todo suporte ao recenseador, porém Fabiano negou ter recebido suporte e disse que foi desligado da função.


Segunda vez em 2022

Foi a segunda vez durante esse ano de 2022 que Fabiano foi surpreendido de forma negativa enquanto fazia seu trabalho. No mês de agosto, o recenseador havia sofrido racismo ao ser chamado de ‘macaco’ por um morador que se recusou a fazer a pesquisa no Centro de Maricá. 


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https://leisecamarica.com.br/noticia/44715/recenseador-do-ibge-e-vitima-de-racismo-durante-expediente-no-centro-de-marica


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