Os advogados de Duarte Lima no Brasil terão apresentado nos últimos dias uma petição ao juiz de Saquarema Ricardo Pinheiro para que este solicite informações, ao Instituto do Meio Ambiente – sobre a legalidade da mineração de Santa Joana – que explora, em Maricá, a areia da fazenda da Pedra Grande pertencente à herança Feteira.
O pedido surge poucos dias antes de Arlindo Guedes, dono desta mineração, ser ouvido na condição de testemunha de Duarte Lima – no processo em que este é acusado de matar Rosalina Ribeiro, ex-companheira de Lúcio Feteira – e é visto por quem segue o processo como mais uma manobra para atrasar o andamento do caso.
O empresário brasileiro não conhece o ex-deputado do PSD português e o fato de ser 'enrolado' como testemunha deixou-o irritado.
Duarte Lima poderá querer assim insistir numa pista anônima que as autoridades brasileiras já investigaram e que disseram ser falsa. No início das investigações, uma carta chegou à divisão de homicídios do Rio dando conta de que Fernando, um proprietário de caminhões para transporte de areia, tinha ameaçado Arlindo com uma denúncia na polícia. O documento dizia ainda que esse homem tinha conhecimento do envolvimento do dono da Mineração na morte de Rosalina.
Nessa altura, a Polícia Civil, chegou mesmo a analisar a alegada chantagem – que seria utilizada para que Fernando pudesse extrair areia sem qualquer custo, pagando apenas com o seu silêncio. Mas depressa as autoridades comprovaram que seria impossível a ligação feita naquele documento e afirmaram mesmo não existir razões para que Arlindo cometesse tal crime. O dono da Mineração de Santa Joana colaborou com as investigações em curso e chegou mesmo a ameaçar que agiria judicialmente contra quem difundiu tais “calúnias”.
No próximo dia 15, Arlindo Guedes estará no tribunal de Maricá para ser ouvido por carta precatória - um instrumento legal que permite às testemunhas serem ouvidas num tribunal que não o de origem do processo, neste caso o de Saquarema. Segundo a imprensa portuguesa apurou, Duarte Lima deverá enviar os seus advogados mais experientes João Ribeiro e Saulo Morais, que nem sempre estiveram presentes.
Duarte Lima está acusado de homicídio qualificado de Rosalina Ribeiro e o processo está agora em fase de instrução. Ainda este ano se deverá saber se o Juiz Ricardo Pinheiro pronuncia ou não o português determinando assim se este vai ou não a tribunal de júri para ser julgado.
Manobras de diversão Até Agosto, Horácio Fittipaldi, um homem a prestar contas com a justiça e que trabalha há já alguns anos com um dos advogados de Duarte Lima, era uma das dez testemunhas do ex-deputado do PSD português. Mas quando era para ser ouvido, os advogados pediram a sua destituição. No mês passado, outras duas testemunhas, dois polícias militares, que iam ser ouvidas foram destituídas e uma delas substituída. Segundo fonte próxima do processo todas estas trocas de testemunhas e petições que nada que ver com o crime em si são estratégias usadas com frequência pela defesa para atrasar o andamento do processo. A imprensa portuguesa tentou sem sucesso contactar o advogado de Duarte Lima.