20/08/2024 às 09h51min - Atualizada em 20/08/2024 às 09h51min

Nova variante do HIV é detectada no Rio de Janeiro, afirma fiocruz

Redação
Foto: divulgação
LSM- Uma nova variante do vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi identificada no Brasil, conforme um estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 
 
A pesquisa revelou quatro casos dessa variante recombinante nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Até agora, não foram reportadas infecções por essa variante em outros países.
 
O estudo, publicado na revista “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz” na última sexta-feira, 16, descreve a nova variante como uma combinação dos subtipos B e C do HIV, predominantes no Brasil, e a denomina CRF146_BC. De acordo com Joana Paixão Monteiro-Cunha, coautora da pesquisa, o surgimento dessas formas recombinantes é notável devido à alta taxa de dupla infecção, em que indivíduos são contaminados e recontaminados.
 
Para que surjam variantes como a identificada, dois subtipos do vírus devem ocorrer em um mesmo organismo e se reproduzir, misturando suas características genéticas. Essas variantes podem ser únicas, encontradas em um indivíduo que sofre reinfecção, ou podem se tornar versões transmissíveis, como a CRF146_BC.
 
A variante foi detectada em 2019 durante um estudo populacional com cerca de 200 amostras de pacientes no Hospital das Clínicas de Salvador. Após a identificação, os pesquisadores compararam o genoma do vírus com bancos de dados públicos e encontraram três amostras com estrutura genética semelhante.
 
Atualmente, não se sabe se a nova variante possui maior transmissibilidade ou virulência. Joana Paixão Monteiro-Cunha informou que, no primeiro caso descoberto na Bahia, o paciente estava em tratamento antiviral, sem evidências de resistência ao medicamento.
 
Ela destaca que o impacto dessas novas variantes na epidemia ainda é desconhecido e alerta para a necessidade de reforçar medidas preventivas, como o uso de preservativos e a não compartilhamento de seringas. Tais medidas são essenciais para prevenir infecções e reinfecções e devem ser promovidas também entre pessoas já soropositivas.

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