O presidente da Comissão, deputado Iranildo Campos (PSD), propôs a criação de um batalhão especial da PM para o policiamento e a prevenção de crimes nos ônibus. Hoje, o policiamento só é feito na capital, através do Grupamento Transportado em Ônibus Urbano (GPTOU). A Região Metropolitana não conta com esse tipo de proteção. Além disso, o efetivo do GPTOU é muito pequeno. São apenas 70 policiais na área do Centro e 25 na Zona Oeste, número insuficiente para conter a ação de bandidos nos coletivos.
Iranildo propõe também a criação de um banco digital contendo as imagens capturadas pelas câmeras de monitoramento dos ônibus. As imagens são fundamentais para o esclarecimento de crimes e o reconhecimento de agressores. No entanto, as empresas de ônibus mantêm as imagens armazenadas por apenas 30 dias. Após este prazo, elas são apagadas.
“Com o arquivo digital, as imagens ficarão armazenadas pelo tempo que durar o inquérito policial. Muitas vezes, um assaltante deixa de ser reconhecido e julgado porque a imagem é apagada 30 dias depois do crime. O banco digital vai ajudar a elucidar uma série de ocorrências”, afirma Iranildo.
Outra proposta em debate foi a implantação de cofres com “boca de lobo” nos ônibus, para proteger a guarda de dinheiro e desestimular os assaltos. Esse tipo de crime registra maior incidência em vias expressas, como a Ponte Rio-Niterói e as Avenidas Brasil e Ayrton Senna. Durante a audiência, o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Sintraturb-Rio), José Carlos Sacramento, disse que a categoria vive hoje uma situação insustentável. “Estamos expostos e indefesos. Diariamente, somos vítimas de assaltos, agressões e ameaças. Muitos colegas deixaram de trabalhar ou estão encostados por não suportar 12 horas de tensão diária. Essa violência atinge tanto os rodoviários quanto os passageiros”, ressaltou.
Participaram da audiência o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário, Antonio de Freitas Tristão; o presidente da Nova Central Sindical, Sebastião José da Silva; o diretor de Comunicação da Fetranspor, Paulo Fraga; o delegado de Polícia Civil Carlos Augusto Neto Leba, o capitão PM Marcelo Alves (GPTOU do 5º BPM), o diretor técnico do Detro, João Cassimiro Araújo, e o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Niterói, Antonio da Conceição Silva. Pela Comissão de Segurança Pública, estiveram presentes os deputados Flavio Bolsonaro (PP), Paulo Ramos (PSol) e Zaqueu Teixeira (PT).