Um resgate recente na praia da Barra de Maricá (
Bombeiros usam helicóptero para resgatar homem no mar da Barra de Maricá) mostra a importância tanto do treinamento recebido pelos guarda-vidas municipais quanto da necessidade de os banhistas obedecerem à sinalização de alerta na praia, já que o mar sempre apresenta condições complicadas de balneabilidade por ser uma costa oceânica e com forte declive submarino.
No último dia 4 de agosto, um homem de 23 anos pediu ajuda aos agentes ao não conseguir retornar à praia. Na ocasião, havia ressaca e ondas de três metros, em média, além de forte correnteza junto à arrebentação. Três guarda-vidas atenderam ao chamado e um deles entrou no mar, enquanto os outros ficaram orientando a ação. Como o tamanho e a violência das ondas impediam a saída pela areia, foi necessário acionar o resgate por helicóptero, que veio do Rio. A aeronave decolou de Jacarepaguá e conseguiu chegar a tempo de resgatar, com sucesso, tanto o guarda-vidas Daniel Nascimento quanto o banhista que estava se afogando.
Toda a operação durou duas horas, tempo no qual o salva-vidas aplicou as regras do treinamento para acalmar o banhista e se manter na superfície com o resgatado, para evitar que ambos sofressem hipotermia. A ação mobilizou a população, que se emocionou ao receber a equipe transportada pelo helicóptero. “Foi o maior tempo que fiquei no mar em um resgate. Estou na Defesa Civil de Maricá há seis anos e sempre consegui salvar as vítimas dos resgates que participei. Estava exausto ao ficar duras horas nadando e acalmando a vítima. A sensação é de dever cumprido”, conta Daniel Nascimento.
O coordenador da equipe de resgate, Luciano Manoel Cabral Oliveira, explica os motivos que tornam o resgate na orla de Maricá um dos mais complicados da região. “Muitos buracos são formados na areia pela força das ondas e os banhistas, por não conhecer a praia e desrespeitar as sinalizações, caem nessas valas e são arrastados pelas ondas. Quando o mar está com ondas maiores que três metros é necessário apoio de helicóptero. É um risco tentar levar a vítima até a praia, porque podemos perdê-la na arrebentação”, afirmou o coordenador.
A ação dos salva-vidas Daniel Nascimento, Frank Correia e Robson Moura faz parte de uma rotina que torna o preparo em Maricá um dos mais exigentes nesse tipo de trabalho. "Diariamente, chova ou faça sol, os salva-vidas correm 3 km na areia e nadam a mesma distância, independentemente das condições de temperatura, corrente ou da força do mar. Também fazemos simulações de abordagem das vitimas no mar", descreve Luciano, acrescentando que o treinamento foi aprimorado no início deste ano com um curso de primeiros socorros promovido pelo Corpo de Bombeiros.
Agentes voluntáriosAo todo, 70 salva-vidas atuam em 14 pontos nas praias de Itaipuaçu, Barra de Maricá e Ponta Negra. Por mês são realizados, em média, 40 salvamentos. Mas este número dobra no verão, quando muitos turistas e veranistas frequentam a cidade. Para auxiliar neste serviço, os agentes têm apoio de 138 voluntários, jovens moradores do município que participam dos treinamentos e das ações na orla. Willian Medeiros, de 17 anos, que reside em Itaipuaçu, resolveu entrar para a equipe de resgate para aprimorar as técnicas de natação. “Sempre gostei de praia e conheço a orla de Maricá. Outro dia participei de um resgate em Itaipuaçu. Vou fazer o próximo concurso para ser um guarda-vidas da prefeitura”, afirma Willian.