14/08/2012 às 17h12min - Atualizada em 14/08/2012 às 17h12min

Treinamento especializado salva banhistas em Maricá

Um resgate recente na praia da Barra de Maricá (Bombeiros usam helicóptero para resgatar homem no mar da Barra de Maricá) mostra a importância tanto do treinamento recebido pelos guarda-vidas municipais quanto da necessidade de os banhistas obedecerem à sinalização de alerta na praia, já que o mar sempre apresenta condições complicadas de balneabilidade por ser uma costa oceânica e com forte declive submarino.

No último dia 4 de agosto, um homem de 23 anos pediu ajuda aos agentes ao não conseguir retornar à praia. Na ocasião, havia ressaca e ondas de três metros, em média, além de forte correnteza junto à arrebentação. Três guarda-vidas atenderam ao chamado e um deles entrou no mar, enquanto os outros ficaram orientando a ação. Como o tamanho e a violência das ondas impediam a saída pela areia, foi necessário acionar o resgate por helicóptero, que veio do Rio. A aeronave decolou de Jacarepaguá e conseguiu chegar a tempo de resgatar, com sucesso, tanto o guarda-vidas Daniel Nascimento quanto o banhista que estava se afogando.

Toda a operação durou duas horas, tempo no qual o salva-vidas aplicou as regras do treinamento para acalmar o banhista e se manter na superfície com o resgatado, para evitar que ambos sofressem hipotermia. A ação mobilizou a população, que se emocionou ao receber a equipe transportada pelo helicóptero. “Foi o maior tempo que fiquei no mar em um resgate. Estou na Defesa Civil de Maricá há seis anos e sempre consegui salvar as vítimas dos resgates que participei. Estava exausto ao ficar duras horas nadando e acalmando a vítima. A sensação é de dever cumprido”, conta Daniel Nascimento.

O coordenador da equipe de resgate, Luciano Manoel Cabral Oliveira, explica os motivos que tornam o resgate na orla de Maricá um dos mais complicados da região. “Muitos buracos são formados na areia pela força das ondas e os banhistas, por não conhecer a praia e desrespeitar as sinalizações, caem nessas valas e são arrastados pelas ondas. Quando o mar está com ondas maiores que três metros é necessário apoio de helicóptero. É um risco tentar levar a vítima até a praia, porque podemos perdê-la na arrebentação”, afirmou o coordenador.

A ação dos salva-vidas Daniel Nascimento, Frank Correia e Robson Moura faz parte de uma rotina que torna o preparo em Maricá um dos mais exigentes nesse tipo de trabalho. "Diariamente, chova ou faça sol, os salva-vidas correm 3 km na areia e nadam a mesma distância, independentemente das condições de temperatura, corrente ou da força do mar. Também fazemos simulações de abordagem das vitimas no mar", descreve Luciano, acrescentando que o treinamento foi aprimorado no início deste ano com um curso de primeiros socorros promovido pelo Corpo de Bombeiros.

Agentes voluntários

Ao todo, 70 salva-vidas atuam em 14 pontos nas praias de Itaipuaçu, Barra de Maricá e Ponta Negra. Por mês são realizados, em média, 40 salvamentos. Mas este número dobra no verão, quando muitos turistas e veranistas frequentam a cidade. Para auxiliar neste serviço, os agentes têm apoio de 138 voluntários, jovens moradores do município que participam dos treinamentos e das ações na orla. Willian Medeiros, de 17 anos, que reside em Itaipuaçu, resolveu entrar para a equipe de resgate para aprimorar as técnicas de natação. “Sempre gostei de praia e conheço a orla de Maricá. Outro dia participei de um resgate em Itaipuaçu. Vou fazer o próximo concurso para ser um guarda-vidas da prefeitura”, afirma Willian.
Texto: Rafael Zarôr e Marcelo Ambrosio

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