05/08/2012 às 15h12min - Atualizada em 05/08/2012 às 15h12min

População de Maricá sonha com batalhão de Polícia Militar próprio para a cidade

Município conta apenas com uma delegacia e um destacamento do 12º BPM (Niterói). Prefeitura da cidade informa que disponibilizou território para batalhão local

Terreno disponibilizado pela Prefeitura de Maricá fica
às margens da RJ-106, próximo ao Corpo de Bombeiros 
O FLUMINENSE - Com um desenvolvimento econômico ímpar no estado, Maricá vive um momento de expansão, porém a segurança pública preocupa. Para uma população, que está em crescimento, um território extenso com apenas uma delegacia e um destacamento do 12º BPM (Niterói) para realizar o policiamento ostensivo parece pouco. Uma nova delegacia e a criação de um Batalhão de Polícia Militar estão nos desejos do maricaense há um tempo. A Prefeitura informa que já disponibilizou um terreno para sediar o Batalhão, às margens da RJ-106, próximo ao Centro. “Consideramos mais do que necessária a implantação de um Batalhão de Polícia Militar em Maricá, especialmente em função da comprovada migração da criminalidade expulsa pelo avanço das ações de estabilização impostas pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na capital. A necessidade também se tornou clara tanto por conta dos efeitos da implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) quanto do futuro Polo Naval de Jaconé. A secretaria considera que o efetivo atual, com 105 policiais do 12º BPM atuando em escala está muito aquém do necessário para garantir a segurança da população em um município com essa extensão territorial”, comenta o secretário de Segurança de Maricá, Alexandre Neto.

A população de Maricá passou de 76.737 segundo o Censo 2000 para 127.519 em 2010. Essas pessoas ocupam 362,477 quilômetros quadrados, em quatro distritos: Maricá, Ponta Negra, Inoã e Itaipuaçu. Essa área corresponde, praticamente, aos territórios de São Gonçalo e Niterói juntos. “Há três anos e meio venho lutando para que o batalhão da PM se instale em Maricá. Temos hoje cerca de 130 mil habitantes e a maior taxa de crescimento demográfico do Estado. A violência tem aumentado e o 12º BPM tem muito trabalho, não dá conta nem de Niterói, quanto mais de Maricá. Já disponibilizei terreno e se for preciso o município ajuda até na construção do novo prédio do batalhão aqui na cidade” afirma o prefeito de Maricá, Washington Quaquá.

Por mais que a Prefeitura aponte que nas reuniões realizadas pelo Conselho Comunitário de Segurança, a implantação de um Batalhão de Polícia Militar na cidade sempre aparece como um dos maiores anseios da população, a direção do CCS não acredita que o isso se realize. “O Batalhão não virá. Não temos nenhuma ilusão quanto a isso. É uma pena que tenha pouco efetivo, ainda mais para dois municípios. E também não adianta ter um novo batalhão sem ter mais efetivo. Nós precisamos é de mais homens nas ruas”, aponta a presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Maricá, Vera Braz. A presidente salienta também que seria de vital importância que as viaturas da 4ª Companhia que patrulham o município pudessem abastecer em Maricá, ao invés de ir até Niterói para isso.

Projeção da 82ª DP está sendo estudada
Outra demanda dos moradores seria a implantação de uma delegacia no distrito de Itaipuaçu. Segundo eles, a distância da localidade para a única delegacia do município, que fica no distrito central da cidade, prejudicaria a população. A Prefeitura de Maricá informa que já fez o pedido da implantação para uma delegacia ao Governo do Estado. “Já solicitamos ao Prefeito que ceda um terreno para que a delegacia seja implantada em Itaipuaçu. Uma delegacia só em um município como Maricá não é suficiente”, comenta a presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Maricá, Vera Braz. 

De acordo com o subchefe Administrativo da Polícia Civil, Sérgio Caldas, está sendo estudada a criação de uma projeção da 82ª DP (Maricá) no distrito de Itaipuaçu. O projeto está em fase de negociação com a Associação de Moradores de Itaipuaçu e Inoã que estão em busca de uma área para a implantação da projeção da unidade policial. 

Presença – Para o professor de Direito Penal e Criminologia da Universidade Federal Fluminense, Daniel Andrés Raizman, é fundamental que o Estado se faça mais presente.“Essa região está crescendo muito e precisa se estruturar. Claro que há uma lógica nessa distribuição, mas as áreas mais afastadas dos pontos que vão sediar os grandes eventos internacionais acabam recebendo menos atenção. Isso favorece um aumento nos registros de ocorrência”, comenta o professor. 

A Polícia Militar informa que é a Secretaria Estadual de Segurança quem avalia a necessidade da instalação de batalhões da PM. A Secretaria em questão foi procurada pela reportagem sobre a possibilidade das implantações do batalhão e da delegacia em Itaipuaçu, porém até o fechamento dessa edição não havia enviado resposta.


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