LEI SECA MARICÁ :: CLÁUDIO COSTA (Edição :: Romário Barros)- Nesta terça-feira (06), desde as primeiras horas do dia, as casas lotéricas de Maricá estão lotadas.
As grandes filas são consequência da greve nas agências bancárias, aonde as lotéricas acabam sendo a única opção de pagamentos de contas e saques.
A dona Cacilda Gomes, estava na fila da casa lotérica do Flamengo e falou sobre a grave dos bancários. “-Ainda bem que minha filha conseguiu sacar meu pagamento, eu não intendo nada disso, de caixa eletrônico, aí eu já vim pagar as contas," contou a aposentada.
Para ela, a greve é importante, “eles sabem da necessidade deles”. A dona Cacilda ainda disse que nas lotéricas o atendimento é mais rápido, que nos bancos, ressaltando a necessidade de mais lotéricas no município.
Em Maricá, Niterói, São Gonçalo, Cabo Frio e região todas as agências bancárias (bancos públicos e privados) estarão fechadas. Cerca de 3.600 funcionários trabalham nas cerca de 240 unidades dos 16 municípios abrangidos pela base territorial do Sindicato dos Bancários de Niterói e região. A categoria pede 16% de reajuste salarial, Piso de R$3.299,66, Plano de Cargos, Carreiras e Salários entre outros. Os bancos ofereceram 5,5% de reajuste no salário e demais verbas.
A proposta dos bancos não chega nem perto de cobrir a inflação, gerando perdas de 4% para a categoria nos salários e demais verbas como PLR, vales, piso. Perdas tão significativas que reverteriam os aumentos reais de 1,82% e 2,02% conquistados em 2013 e 2014, respectivamente. No vale-refeição, esses 5,5% não cobririam o gasto com um simples salgadinho, já que representa apenas R$ 1,43 a mais no dia.
Principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
PLR: 3 salários mais R$7.246,82
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).