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Cerca de 200 pessoas estiveram no Cemitério Memorial
Parque Nycteroy, em Vista Alegre, São Gonçalo
( Foto :: Marcos Vieira ( O Itaboraí) |
Paula Brito - A manhã de ontem foi de muita tristeza para os familiares e amigos do sargento Hélder Evânio Damasceno da Costa, de 34 anos, morto a tiros na madrugada de quarta-feira, por um policial que o confundiu durante uma tentativa de assalto. Cerca de 200 pessoas estiveram no Cemitério Memorial Parque Nycteroy, em Vista Alegre, São Gonçalo.
Policiais de vários tipos de farda estiveram no local para dar um último adeus ao o terceiro sargento do 12ºBPM (Niterói), que foi sepultado com honras militares. Moradora da Bahia, a mãe de Hélder estava muito emocionada e pedia por justiça. “Meu filho era um homem bom, evangélico e não fazia mal a ninguém. Quero saber exatamente o que aconteceu”, disse. Consternados, amigos contaram que Hélder estava há cerca de 12 anos na corporação e que era um excelente profissional. Ele residia no bairro do Pacheco, deixou dois filhos, um de 10 e outro de 12 e a esposa, que durante o velório desmaiou e foi amparada por um militar.
Antes do sepultamento, policiais formaram um paredão para a passagem do caixão e prestaram continência ao colega. Familiares e amigos cantaram a canção evangélica ‘segura nas mãos de Deus’ e com muita emoção se despediram do militar, que há dois anos recebeu moção de aplausos na Câmara Municipal de Niterói, por bons serviços prestados como policial.
O comandante do 12º BPM (Niterói), coronel Wolney Dias, informou que Hélder era um policial exemplar e que todos da corporação estavam abalados com o ocorrido. “Foi um episódio lamentável, ele era um ótimo PM, chefe de família e companheiro. É uma perda irreparável para o batalhão”, lamentou. Ainda segundo ele, as investigações serão acompanhadas de perto. “Vou verificar cada passo desse caso, todos os aspectos técnicos serão avaliados”, finalizou.
Militar reagiu a assalto e foi confundido
O crime aconteceu depois que homens entraram em uma van, na RJ-104 e anunciaram um assalto. O sargento, que estava à paisana reagiu, atingindo os dois suspeitos e o cobrador do veículo. Um deles morreu dentro da van, Hélder ia atrás do outro assaltante, quando o tenente Diego Costa Macedo do 35º BPM (Itaboraí), que passava pelo local, ouviu uma das vítimas gritar por socorro. Hélder foi confundido como um dos acusados e morto por engano, pelo tenente.
De acordo com a assessoria da PM, o tenente está muito abalado e será afastado do serviço externo e submetido a tratamento psicológico. O PM foi autuado por legítima defesa putativa, quando o policial reage ao supor que será atacado.
Segundo o titular da 74ª DP (Alcântara), delegado Jorge Luiz da Silva Veloso, foi instaurado um inquérito policial para apurar o crime de homicídio contra os policiais militares envolvidos na ação.
Um amigo, funcionário do Tribunal de Justiça Estadual, informou que uma Comissão será montada para acompanhar, junto ao Ministério Público, as investigações. “Faço questão de averiguar o crime, há muitas informações desencontradas nessa história”, afirmou o homem, que não quis se identificar.
Revoltada, a irmã Adejacir Ramos, não se contentou com a versão do tenente Diego Costa Macedo do 35º BPM (Itaboraí), que atirou por engano. “Queremos descobrir o que aconteceu, a família tem o direito de saber. Quero saber por que meu irmão não foi abordado da forma correta. Não sei o que houve, só sei que meu irmão morreu injustamente”, ratificou.
