28/07/2011 às 17h12min - Atualizada em 28/07/2011 às 17h12min

Artigo de Vinícius Moro: Corrida Eleitoral de Maricá

É muito comum escutarmos nas esquinas de Maricá fórmulas mágicas de como vencer uma eleição. Por aqui o que não falta é “estrategista político” para nos contar suas experiências, sempre vitoriosas, e os “causos” dos bastidores políticos. Quem nunca escutou “o PMDB vai lançar o Vice do PT”, “com poucos candidatos, Ricardo ganha” ou “se dividir muito, Quaquá ganha”? Não pretendo aqui bater o martelo sobre nenhuma dessas questões, até porque não tenho o dom da adivinhação. Quero apenas mostrar que ninguém é dono da verdade e não podemos sair repetindo tudo que escutamos por aí como se fossem verdades absolutas.

Mas é claro que onde há fumaça, há fogo.

Não podemos negar que existe a possibilidade do PMDB coligar com o PT em Maricá, estamos falando de política e alguns membros do partido como o vereador, hoje secretário, Jorge Castor e o suplente Robson Dutra fazem parte do Governo e já se colocaram como possíveis vices. Mas hoje, a maioria do Diretório do PMDB de Maricá quer que o partido se posicione como oposição e tenha candidatura própria. E, como o partido não renovou os seus quadros políticos, o nome mais forte do PMDB hoje ainda é Ricardo Queiroz. Mesmo sem ser unanimidade dentro do partido e ainda com muita rejeição em alguns distritos e bairros, Ricardo tem aparecido bem nas pesquisas e vai trazer o discurso que fez muito mais com muito menos. Isso significa que ele vai ganhar? Não necessariamente. É natural que Ricardo apareça bem nas pesquisas hoje, mas é fato que ele possui rejeição e à medida que as outras candidaturas sejam definidas, ele vá perdendo pontos nessa disputa. O que é normal numa eleição. 

Já o “se dividir, Quaquá ganha” parece ser a verdade das verdades. Quem ousar discordar pode até ser vítima de bullying. Mas permitam-me temperar essa discussão. Infelizmente, apenas há 2º turno nas Eleições dos municípios com mais de 200 mil eleitores e até Junho de 2011, somos apenas 77.637. Nesse sistema, um candidato pode ser eleito mesmo com mais de 80% de rejeição, pois não precisa de mais de 50% dos votos válidos. Como a rejeição de Quaquá é grande, mas, mesmo assim, ele conta com o “apoio da máquina pública” (leia-se favorecimento pessoal e cabide de emprego), todos apostam que quanto mais candidatos a prefeito, mais divida será a votação e essa tal “estrutura” do Quaquá garantiria a sua reeleição.

Mas é aí que eu discordo. Mesmo numa eleição sem 2º turno e com muitos candidatos, a tendência é a simplificação e a polarização nas urnas. Na cabeça do eleitor só há espaço para oposição, situação e no máximo uma terceira via. Os demais, juntos, não somam 20% dos votos. O que é a mesma coisa do que ter apenas quatro candidatos. Há exceções? Há. Mas é o que ocorre na maioria das eleições, pois os eleitores gostam de votar em quem vai ganhar. E, sabendo disso, é bem provável que o candidato de oposição melhor colocado nas pesquisas adote a estratégia do voto útil, que basicamente é: vote em “fulano”, pois só ele tem chance de ganhar de “beltrano”.

Ricardo tem chance? Sim. Quaquá tem chance? Sim. Mas certeza mesmo não temos nenhuma. Na minha humilde opinião hoje eles até podem ser os favoritos. Ainda mais conhecendo a política como ela realmente é e, principalmente, num município tão carente e despolitizado como o nosso. Mas novos nomes estão surgindo e muita coisa vai mudar. Isso é fato. Nesse caso, o melhor é aguardar um pouco mais as definições das candidaturas para começarmos a especular. E tomemos cuidado com o que escutamos por aí.

“Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões.” Bertrand Russell

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp