22/02/2022 às 13h32min - Atualizada em 22/02/2022 às 13h30min

Morador de Maricá procura pelo corpo de dois irmãos desaparecidos na tragédia de Petrópolis

Jade Carvalho - leisecamarica.com.br
G1
Suelen Bastos/G1


O morador de Maricá, Márcio Kronemberger, e seu irmão Marco Antônio Kronemberger, procuram pelo corpo de seus outros dois irmãos, Marcelo e Luiz Antônio, que desapareceram após a tragédia na cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. 


Na última sexta-feira, 18, a dupla de sobreviventes acompanhava os socorristas e voluntários, que trabalhavam no resgate das vítimas soterradas, quando os corpos de seus irmãos foram retirados dos escombros. 


No momento do resgate, os dois já estavam sem vida, mas seria a chance de dar a dupla um enterro digno. Porém, logo após a retirada dos escombros, os corpos sumiram. Ao chegar no Instituo Médico Legal (IML), o morador de Maricá viu o documento dos irmãos na lista da unidade, mas ninguém soube lhe informar onde estavam os corpos. 


“Disseram que talvez eles ainda estejam soterrados. O que é isso? O que aconteceu? Onde estão esses corpos? Estão no rabecão até hoje? Meu irmão reconheceu os corpos assim que tiraram da lama, eles não estão lá”, revoltou-se Márcio, que é enfermeiro.


O maricaense chegou a passar mal durante a espera e precisou de atendimento. Para ele, as informações desencontradas aumentam o sofrimento.


“Se fosse o filho de um governador, de um político, de alguém importante, com dinheiro, eu tenho certeza de que já tinha sido resolvido. Agora a gente fica aqui sem saber o que aconteceu. Infelizmente, depois que morre, vira número nesse país. Eu quero saber onde estão meus irmãos”, disse. 


“Está complicado porque aqui a gente não dorme bem, não descansa. Ele fica ouvindo os relatos sobre a tragédia o dia todo, passa mal e a gente ainda gasta um dinheiro, cerca de R$ 200 por noite. A gente não sabe quando o corpo vai ser liberado”, disse Sandra, esposa de Márcio. 


Em resposta ao G1, a Polícia Civil disse: 


“Os nomes de ambos constam na lista de desaparecidos elaborada pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). De acordo com nossos números, no Instituto Médico Legal (IML) de Petrópolis existem corpos não identificados, que dependerão de outras técnicas e de exames mais profundos, como coleta de DNA, cujo resultado é mais demorado. A Polícia Civil esclarece que quando é possível realizar exame de papiloscopia, a identificação tende a ser mais rápida. Vale ressaltar que a taxa de identificação de corpos e pessoas desaparecidas está acima de 85%. Os trabalhos da força-tarefa da Polícia Civil seguem para identificar e localizar todas as vítimas afetadas pela chuva em Petrópolis."


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