09/04/2018 às 08h52min - Atualizada em 26/04/2018 às 12h51min

Divisão de Homicídios prende três suspeitos de participação na chacina de Itaipuaçu


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG), realizaram operação nesta segunda-feira (09/04), para cumprir mandado de prisão temporária contra João Paulo Firmino, suspeito de ser o executor de cinco jovens, no dia 25 de março, no Condomínio Carlos Marighella, do programa federal ‘Minha Casa, Minha Vida’, em Itaipuaçu, Maricá. De acordo com as investigações, os homicídios de Matheus Barauna dos Santos; Patrick da Silva Diniz; Mateus Bitencourt da Silva; Sávio de Oliveira Vitipó e Marcus Jonathan Silva de Souza foram praticados em típica atividade de extermínio, por integrante de milícia. Consta dos autos do inquérito que as vítimas, todas jovens, com idade entre 14 e 20 anos, foram abordadas no interior do condomínio onde residiam, quando o executor determinou que todos deitassem no solo e efetuou diversos disparos de arma de fogo contra regiões letais, como cabeça e tórax. Testemunhas afirmaram que, apesar de alguns dos jovens fazerem consumo de substâncias entorpecentes, nenhum deles traficava drogas. A descrição detalhada de João Paulo Firmino foi feita por uma testemunha que relatou que, ao ouvir os tiros, na madrugada do dia 25, foi até a janela e viu o executor. Disse ainda que o assassino, antes de entrar no veículo que conduzia, gritou: “Entra todo mundo, pois aqui é a milícia. Vou acabar com a bagunça do condomínio”. Firmino também foi reconhecido por outras pessoas que presenciaram o crime. Segundo as investigações, há ainda outros moradores que teriam condições de reconhecer o autor do crime, mas temem represália por parte da milícia. Além da prisão de João Paulo Firmino, a operação cumpre mandados de busca para apreender armas, veículos, valores em espécies, celulares, computadores e produtos ilícitos. Após a operação, os promotores de Justiça Antônio Peçanha e Rômulo dos Santos Silva concederam entrevista coletiva na Cidade da Polícia, em Benfica, Zona Norte do Rio. Os outros dois presos suspeitos de integrar o bando paramilitar foram identificados como Flavio Ferreira Martins, conhecido como Bimbinha, e Jefferson Moraes Ramos. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de dois policiais militares, que seriam os mandantes do crime. Com eles, a polícia civil apreendeu drogas, um carro roubado e uma arma. Contra os dois, já havia mandados de prisão expedidos em decorrência de outros inquéritos policiais.   Área disputada Atualmente, a região é Maricá é dominada por, pelo menos, três grupos de milicianos que se dividem por territórios. De acordo com apuração do G1, alguns dos fatores que favorecem a expansão das milícias no local são: grande território, efetivo de policiais reduzido com distanciamento do comando, pobreza e falta de estrutura para investigar homicídios. A região de Maricá é conhecida como “acelerada”, em relação a ação dos milicianos, já que o local não tem fiscalização.Por meio da série 'Franquia do crime', o G1 mostrou que as milícias estão, atualmente, em 11 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As áreas de influência desses grupos criminosos somam 348 quilômetros quadrados, o equivalente a um quarto do tamanho da capital. É um conjunto de territórios em que vivem dois milhões de pessoas que, no dia a dia, são coagidas a usar o transporte, o botijão de gás; a pagar por segurança e pelo sinal de TV; além de consumir água e os alimentos da cesta básica dessas quadrilhas. As informações são do G1
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